sábado, 17 de maio de 2014

Retrospectiva multimídia do cartunista Claudius


Retrospectiva multimídia do cartunista Claudius

EXPOSIÇÃO

CLAUDIUS: QUIXOTE DO HUMOR

Local: SESC Santo Amaro
Endereço: Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro, São Paulo/SP
Telefone: (11) 5541-4000.
Abertura para convidados: 7 de maio, às 20h.
Exposição: de 8 de maio a 27 de julho.
De terça a sexta, das 11h às 21h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h.
Curadoria: Claudius Ceccon / Produção e Montagem: SuperUber
Classificação indicativa: Livre.

O design de cada painel mistura imagens, frases e telas. A paleta de cores principal é inspirada nos desenhos de Claudius, e cada cor representa um tema de sua obra: política, educação, sustentabilidade, cidade. Na altura das crianças, os painéis exibem desenhos infantis (SuperUber)

Multimídia e interativa, Claudius: Quixote do Humor reúne imagens e frases que marcam seus mais de 50 anos de trajetória ininterrupta no jornalismo. Ele próprio assina a curadoria. Já a produção e a montagem da mostra fica a cargo da SuperUber.

Para Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC em São Paulo, “o trabalho de Claudius consolidou o importante papel do humor e do cartum no auge da transformação política brasileira nos anos 1960 e 1970. Essa vertente educativa transcorre durante toda a sua trajetória e se faz presente nos seus 50 anos de carreira”.

Claudius: Quixote do Humor é dividida em módulos cenográficos, como se fossem folhas de papel espalhadas pelas paredes da unidade. A paleta de cores principal cobre esta área – e cada cor representa um tema de sua obra.

“As obras foram escolhidas pelo conteúdo da mensagem, pela criatividade do desenho, ou por ambas as coisas”, conta Claudius.

Numa alusão ao título da exposição, pegadas de cavalo levarão os visitantes a um grande pórtico com a forma do Quixote, que os convida a entrar. Da entrada, eles verão “Constelações”, onde poderão interagir com seus movimentos: enquanto flutuam na tela, os desenhos de Claudius podem ser tocados e se tornam animações, outros desenhos e palavras.

Uma entrevista de Claudius ao documentarista Eduardo Coutinho e um show de cartuns também serão apresentados em telas colocadas na área de exposição, em loop.

Outro elemento de interatividade é o “Mural Digital”. A tela é controlada por um totem, onde o público pode desenhar e escrever com os dedos. Esta produção entra randomicamente nos painéis e se torna um mosaico de registros, inspirados e misturados com a obra do artista.

“O desenho de humor é muito mais livre que uma foto ou um filme. O humor pode usar a linguagem da fantasia, do surrealismo, pode fazer sínteses impossíveis por outros meios, desvelar mecanismos escondidos, abrir as cabeças por meio do riso”, afirma o artista.


Sobre Claudius

Nascido em Garibaldi (RS), Claudius Ceccon desenha desde a infância, numa família que já se inclinava para o desenho. É arquiteto, designer, cartunista, escritor e ilustrador. É um dos fundadores e, atualmente, diretor da organização Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP), produtora de conteúdos educacionais.

Iniciou sua vida profissional como chargista aos 19 anos, quando seus desenhos começaram a ser publicados no Jornal do Brasil (RJ). Dali para a revista Manchete, na qual foi titular da página de humor durante 15 anos. Suas charges já foram publicadas no que ele chama de Circuito Elizabeth Arden da Imprensa Brasileira (Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo) sem esquecer de A Noite, do Diário Carioca, do Correio da Manhã e d’O Pasquim, do qual foi um dos fundadores, ao lado de Jaguar, Prósperi, Tarso e Sérgio Cabral.

Colaborou com inúmeras revistas, além da citada Manchete: Mundo Ilustrado, O Cruzeiro, Pif-Paf, Revista da Semana e essa, de nome impróprio: Bundas. Atualmente, colabora regularmente para a revista Caros Amigos, para a edição brasileira do Le Monde Diplomatique e para o suplemento “Ilustríssima”, da Folha de S.Paulo.

Seu primeiro engajamento com a comunicação popular aconteceu durante seu exílio político voluntário, em Genebra, na década de 1970. Na época, era Secretário Executivo de Comunicação de uma organização internacional, a WSCF World Student Christian Federation, e se tornou amigo de Paulo Freire, com quem, e mais um grupo de amigos, fundou o IDAC, Instituto de Ação Cultural.

O exílio voluntário se tornou mais concreto ao ser aconselhado a não voltar – toda a turma do Pasquim estava na cadeia – só faltava ele. Terminado seu mandato na WSCF, Claudius dedicou-se a projetos do IDAC, na Europa e na Africa, foi professor adjunto na Escola de Arquitetura da Universidade de Genebra, correspondente de Veja junto à sede europeia, da ONU, correspondente do Pasquim e fez frilas para várias organizações internacionais da família das Nações Unidas, o que contribuiu para disseminar seus desenhos mundo afora.

Uma preocupação que o acompanha até hoje, a democratização da informação, levou-o a criar o CECIP na década de 1980, com uma proposta inovadora para a época – o uso do vídeo em comunicação popular, com profissionais de primeira linha. Isto possibilitou que fossem feitas experiências em educação até então inéditas. Ao longo de seus quase trinta anos de existência o CECIP vêm realizando, além de vídeos e filmes sobre a realidade e a cultura brasileiras, materiais educativos e formação de educadores, jovens e agentes sociais.

O CECIP realiza ainda projetos de inclusão digital com alunos de escolas públicas do Rio de Janeiro. A lista de projetos realizados pela ONG e prêmios recebidos é extensa. Entre mais de uma centena há o Prêmio Itaú-UNICEF Educação & Participação; categoria Mobilização pela Educação, para o Projeto Estatuto do Futuro. Além do Certificado de Tecnologia Social, da Fundação Banco do Brasil, para o Projeto ‘Botando a Mão na Mídia’, que, a partir de oficinas, estimula uma leitura crítica dos meios de comunicação de massa.

Entre os filmes que foram exibidos no circuito cinematográfico estão os premiados e elogiados pela crítica ‘Santo Forte’ e ‘Babilônia 2000′, documentários de Eduardo Coutinho (um dos fundadores do CECIP) e ‘Bendito Fruto’, uma comédia dirigida por Sérgio Goldenberg. A ONG já produziu uma série de documentários, em coprodução com a BBC, o Channel 4, o Canal Plus, ARTE, e a ZDF, todas televisões europeias.

Reproduzido de Observatório da Imprensa (29 abr 2014) e SuperUber

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